quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

Quando a beleza influencia no trabalho

Além dos capitais econômico, social e humano de todo indivíduo, estudo aponta o capital erótico como mais um componente qualitativo, que pode interferir nas relações de trabalho.



Poder de sedução e beleza, ao contrário do que muitos pensam, tem tudo a ver com as relações de trabalho. É o que afirma a inglesa Catherine Hakim, escritora do livro “Capital Erótico”. Segundo ela, historicamente, a beleza está entre os artifícios mais eficientes na conquistas de privilégios no trabalho e na vida - ainda que não tenha efeitos vitalícios.

Hakim, que é professora da London School of Economics, desenvolveu o conceito de ‘capital erótico’, que envolve, além da beleza física, qualidades como charme, elegância, desenvoltura e sensualidade. O estudo inclui, por exemplo, os percentuais de vantagens salariais alcançados pelos mais atraentes, nos Estados Unidos e Canadá.

No livro, a cientista constata que a beleza pode ser mais um atributo que contribui para o alcance do sucesso nos negócios e na carreira. Contudo, para outros especialistas, ela também pode trazer efeitos indesejados e negativos.

A primeira vista:

Para o consultor empresarial Kléber Leite, da Bratt Consultoria, diferente dos capitais social, humano e até econômico, o capital erótico “é temporário, infelizmente. Enquanto os outros capitais vão crescendo e se somando, a beleza física, naturalmente, desaparece”.

Segundo ele, a beleza acaba sendo requisito ou diferencial em seleções de funções que trabalham direto com o público. Como recepcionistas, modelos, vendedores, apresentadores.

De acordo com Leite, apesar de subjetivo, muitos cargos tem perfis específicos do belo ideal. “Vai depender do perfil solicitado para onde você vai atuar. Se vai trabalhar como aeromoça, a empresa quer pessoas altas, de porte atlético. Isso é um requisito. Já para Valéria Mota, gerente executiva de seleção da Mrh, “boa aparência e apresentação acabam sendo confundidas com beleza”.

Em sua visão, algumas características de aparência, de fato, dizem respeito a beleza. Por isso, em qualquer área de atuação, cuidado com a imagem que se transmitem ao receptor podem contribuir para os objetivos de trabalho.

Pesquisadora no campo da sexualidade, Jussara Mapurunga, psicanalista professora de psicologia da Unifor, afirma que “no mercado capitalista, onde a imagem é levada a ferro e fogo, a beleza ajuda a marcar presença e passar, através da imagem, indícios de competência e capacidade. Mas a questão da postura, ética e comportamental, também são aspectos relevantes. É o princípio de saber conduzir a própria imagem”.

Efeitos colaterais

Por outro lado, o belo também tem seus ônus, atraindo ou provocando transtornos, especialmente em conflitos éticos. Sendo alvo de assédios, preconceitos, perseguições ou bullying empresarial e até atraindo atenção excessiva e indesejada.

“As pessoas bonitas podem utilizar a beleza para conquistar posições na empresa, o que gera no ambiente insatisfação. Por isso, muitas empresas estão voltando a usar fardas, coisa que estava no passado. Isso é para igualar, diante dos casos de quem não sabe se portar. Pessoas que provocam para ganhar dinheiro ou posições”, explica Leite.

Também existe, segundo Jussara, a concepção de que alguém não pode ser belo e competente. “Você não pode se culpabilizar pela sua beleza. Pois só vai desenvolver o talento e continuar belo se investir nisso. Se você tiver o mesmo currículo de um outro candidato, mas tiver uma desenvoltura, simpatia, assertividade, a vaga é sua”.

Fonte: http://www.opovo.com.br/app/opovo/empregos/2013/02/09/noticiaempregosjornal,3002784/quando-a-beleza-influencia-no-trabalho.shtml

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